A passagem do desejo narcísico de “ser analista” ou de ser reconhecido como tal, ao campo do “desejo do analista”, lugar ético a ser ocupado por um psicanalista, se dá num percurso de estudos teóricos, supervisão de casos clínicos e, principalmente, de análise pessoal. O tão conhecido tripé da psicanálise, citado por Freud.
Lacan não deixou de apontar, anos mais tarde, a importância da instituição psicanalítica nesta trajetória, ao afirmar que uma analista deve “autorizar-se por si mesmo”, pela via de sua própria análise, e “entre pares”, ou seja, ao dar testemunho de sua posição ética no interior de uma instituição.
Portanto, um psicanalista não se forma sozinho. Não basta um título de graduação ou de especialista. Nem tampouco frequentar assiduamente uma instituição. Como afirmava Lacan, “nem todo ser falante pode se autorizar a bancar o analista”. É preciso manter-se permanentemente em formação, dispondo-se a leituras e estudos, interrogando-se sobre sua prática e sobre si mesmo.
Com esse fio condutor, o Ato Analítico nasceu em Maringá no ano de 1998. Somam-se ao longo desses 20 anos de jornada, uma infinidade de atividades de ensino e transmissão: cursos, palestras, seminários e eventos variados, com o intuito de disseminar o discurso freudo-lacaniano para além dos muros acadêmicos, onde, tradicionalmente a psicanálise era ensinada em nossa cidade.
Como fruto desse trabalho, hoje podemos testemunhar o engrandecimento desse espaço e, por um ato, fundar a primeira Associação de Psicanálise de Maringá. Já não estamos sós nessa jornada. No decorrer desses anos, testemunhamos o caminho daqueles que se iniciaram em nossas atividades de ensino, transmissão e cartéis, muitos ainda na condição de estudantes, e que vem realizando um percurso legítimo de formação em psicanálise. Como sabemos, cada um ao seu ritmo, de acordo com sua singularidade. Pois a instituição deve possibilitar que cada psicanalista seja único em sua trajetória e estilo.
Segundo Lacan, “O desejo enquanto real não é da ordem da palavra e sim do ato”. E, com esse ato, realizamos nosso desejo e inauguramos um novo momento do Ato Analítico na cidade de Maringá, criando novas possibilidades àqueles que se interessam pela teoria e método da psicanálise. Lugar institucional que confere legitimidade aos estudos, à supervisão de casos clínicos e à análise pessoal dos que não recuam diante da complexidade que lhe é própria.
Desse modo, nossa Associação de Psicanálise de Maringá – Ato Analítico acolherá todo aquele que deseja se lançar nesse universo, e que mesmo capturado por uma rede imaginária, esteja disposto a simbolizar o real. Pois, sustentar o desejo de saber, é admitir-se castrado, não completo, não inteiro. Primeiro passo necessário e, até mesmo, inevitável, para se iniciar a formação de um psicanalista.
Sinta-se convidado a participar!
DIRETORIA - GESTÃO 2023-2024
Presidente: Débora Ratti Bortoluzzi
Vice-presidente: Luiz Carlos Castro Lopes
Secretária: Natália Mantovani
Vice-secretária: Chiara Ferreira
Tesoureira: Anne Caroline Alves Peres
Vice-tesoureira:
Diretora social: Ana Paula dos Santos Lopes Branger
Vice-diretora social: Marta Dalla Torre
CONSELHO FISCAL
Estefani Costa
COMISSÃO DE ENSINO E TRANSMISSÃO
Débora Ratti Bortoluzzi
Estefani Costa
Valéria Codato Antônio Silva
Natália Mantovani
COMISSÃO DE PSICANÁLISE E CULTURA
Luiz Carlos de Castro Lopes
Marta Dalla Torre
Lumi Hashimoto
COMISSÃO DE ACOLHIMENTO
Luiz Carlos Castro Lopes
Marta Dalla Torre
COMISSÃO DE MÍDIAS SOCIAIS
Anne Caroline Alves Peres
Ana Paula Branger
Monique Takeda